Anarca Filmes é uma proposição coletiva em cinema e arte contemporânea que existe desde 2014 criada por Amanda Seraphico, Clarissa Ribeiro e Lorran Dias. São vencedores do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Vitória em 2021 por Usina-Desejo Contra Indústria do Medo, filme interativo, com três finais alternativos, híbrido entre cinema, artes visuais e programação web comissionado pela Pivô para o Programa Satélite: O Assombro dos Trópicos, curado por Victor Gorgulho. Seus filmes, vídeos, festas e residências artísticas manifestam-se como dispositivos relacionais, que exercitam a coexistência da diferença. Criam interlocuções entre presenças e espaços, expandindo seus suportes e temporalidades pelo diálogo com as linguagens da performance, instalação, vídeo e internet. Influenciados pelas tensões políticas no Brasil a partir de 2013, os artistas iniciam suas atividades na Noite do Rio de Janeiro e de Recife e na internet, registrando e fomentando movimentos politicamente engajados, além de festas e espaços voltados à produção de impacto social e a celebração de vidas LGBTQIA+. Sempre em diálogo com uma rede de artistas, ativistas, cineastas, terapeutas, produtoras culturais, pesquisadoras e educadoras de todo o Brasil. Suas obras já foram exibidas em festivais e instituições na Holanda, Portugal, Alemanha, México e diversos estados do Brasil. Atualmente possuem cópias disponíveis online e no acervo da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos o coletivo tem desdobrado sua criação artística com o ambiente digital, com a venda de NFTs da série The Delirium Anthology (2021), baseada em sete anos de filmografia do coletivo, com GIFs de efeitos, defeitos, artifícios e trechos dos filmes-mundos do coletivo. A série de crypto arte teve lançamento especial na plataforma Tropix com os GIFs: Oracle (2021), Spiral (2021) e Miracle (2021), alcançando venda parcial da série.
Durante residência artística no Despina Rio em 2022, Lorran Dias e Amanda Seraphico realizaram a Sala de Delírio e Criação – 2a Edição, como oficina de videoperformance sobre chroma-key e posteriormente a obra Você não viu nada (2022)que manifesta-se em duas versões: como um filme documentário experimental, mas também como videoperformance em múltiplas telas. O trabalho surge a partir da experimentação em relacionar-se com um tecido chroma-key e inseri-lo em espaços públicos, como uma tela a ser agarrada, fixada, carregada com as mãos, ou uma escultura a ser modelada pelas forças produzidas pela própria paisagem.