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Antonio Dias (Campina Grande, PB, 1944 – Rio de Janeiro, RJ, 2018) iniciou sua carreira na década de 1960, produzindo obras marcadas pelo conteúdo de crítica política na forma de pinturas, desenhos e assemblages típicas da Pop Art brasileiros. No entanto, sua prática dialoga também com o legado do movimento concretista e com o impulso revolucionário da Tropicália. A partir de 1966, ao se auto-exilar em Paris, após críticas sutis à ditadura militar brasileira, o artista entrou em contato com nomes do movimento de vanguarda italiano ‘Arte Povera’, entre eles Luciano Fabro e Giulio Paolini. Nesse contexto europeu, voltou-se cada vez mais para a abstração, transformando seu estilo. Em seguida, Dias partiu para a Itália e adotou uma abordagem conceitual, criando pinturas, vídeos, filmes, registros e livros de artista, utilizando cada uma dessas mídias para questionar o sentido da arte. Ao abordar o erotismo, o sexo e a opressão política de forma lúdica e subversiva, construiu uma obra ímpar e conceitual, dotada de sofisticação formal e permeada por questões políticas e críticas contundentes ao sistema da arte.