Laura Lima

Artista brasileira, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seres vivos e arquitetura são alguns dos elementos integrantes da obra de Laura Lima, que inclui em seu ofício como artista a práxis vital do tempo da experiência – participante e do expectador na obra – e o fazer filosófico, variando de meios – desde de bordados à mão a organizações ativistas e chamamentos abertos –, e utilizando ferramentas técnicas que expõe um contraste poderoso com suas referências visuais. Transformar o espaço em uma obra viva, um organismo abrangente, na qual a experiência do expectador dentro do ambiente construído é central para o significado da obra, é um exemplo de apresentação criada por Laura. A partir de seres moventes e de signos do cotidiano o trabalho desenvolvido pela artista pode ser apreendido quando posto em relação com um glossário sui generis criado pela autora. O uso de matéria viva incita tensões e mudança de padrões, suas instalações muitas vezes põem em cheque a justaposição de corpos – sólidos ou vazios – que deliberam perturbações e distopias. Jogos de escala e equilíbrio entre o comportamento da paisagem, dos objetos, das pessoas, dos animais e de outras coisas vivas, são exercícios significativos no repertório da artista, que lida com a escultura como um aparato de cuidado com os volumes da vida em suas várias camadas. Não é performance, em Laura o ser vivo equivale a arquitetura, paisagem, experiência e se torna imagem. Homem=carne/mulher=carne são territórios entrecruzados. Se aprofundar no conjunto da obra de Laura Lima é notar o corpo híbrido e o tecer da corda, do fio, do carvão e da vida. 

Em 2020 participou da exposição Brasil! Foco na Arte Contemporânea Brasileira, no Museo Ettore Fico, em Turim, Itália. Em 2019, realizou a individuais como Qual, Galeria Luisa Strina, SP, Balé Literal na A Gentil Carioca, escolhida como a 3ª Melhor Exposição Invidual em galeria pela Revista SeLecT, esteve presente na 14ª Bienal de Sharjah e no programa de residência na Art Dubai Fair, ambos nos Emirados Árabes Unidos. Realizou também a individual I hope this finds you well, na galeria Tanya Bonakdar, em NY e participou da coletiva O que não é floresta é prisão política, na Ocupação 9 de Julho do Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), São Paulo. Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas ao longo de sua trajetória profissional, entre as quais, em 2018, realizou o solo Wrong Drawings, na Goodman Gallery, na África do Sul, Alfaiataria na Pinacoteca do Estado de São Paulo e Cavalo come Rei na Fondazione Prada, Milão. No mesmo ano, participou das coletivas Divided We Stand na Bienal de Busan, Coréia do Sul, Lugares do Delírio, no SESC Pompéia, São Paulo e foi umas das mentoras no Forecast/Living Matter, na Haus der Kulturen der Welt, Berlin.

LEIA MAIS