Exposições

Castiel Vitorino Brasileiro: Eterno Vulnerável

26 de julho – 1 de novembro de 2025

Celebrando os 10 anos de sua trajetória como artista, “Eterno Vulnerável” é a primeira grande exposição individual institucional de Castiel Vitorino Brasileiro e nos convida a refletir sobre o eixo central de sua prática: a relação entre cura e liberdade. Ocupando os dois primeiros andares do Solar dos Abacaxis, a mostra propõe uma imersão sensível em seu trabalho, apresentando cerca de 40 obras inéditas — entre pinturas, desenhos, esculturas, cerâmicas, instalações e vídeo — organizadas em núcleos que assinalam aspectos cruciais de sua pesquisa. Esta exposição é também composta por um rico programa público com encontros, palestras, oficinas e rituais coletivos de cura. 

Amalgamando arte, espiritualidade e psicologia, Castiel desenvolveu uma prática bastante singular e instigante que nos ajuda a expandir nossas maneiras de pensar sobre algumas questões fundamentais — como identidade, coletividade, transmutação, temporalidade, saúde e vitalidade — tornando-se, assim, uma das artistas mais inovadoras e inspiradoras em atividade no Brasil hoje. Em “Eterno Vulnerável”, Castiel se debruçou especialmente sobre as ideias de ancestralidade e memória para construir uma grande celebração da vida e da liberdade, incluindo na mostra pinturas realizadas por sua avó e obras que fazem referência ao desaparecimento de sua mãe há exatos 15 anos.

Em seus trabalhos como artista, psicóloga e escritora, Castiel Vitorino desafia as categorias utilizadas hegemonicamente para classificar e ordenar os elementos do mundo, como os objetos de arte e as pessoas em sociedade. Suas instalações, por exemplo, são nomeadas pela artista como “espaços perecíveis de liberdade” – condições espaciais e temporais efêmeras que evidenciam a importância da presença da integração corpo-espírito para as experiências de cura, liberdade e transformação. A artista também reflete sobre as categorias de raça e gênero, descrevendo-as como distrações impostas violentamente: ficções arbitrárias que têm efeitos bastante concretos na distribuição desigual de recursos, afetos e violência, nas estruturas sociais de poder, e em nossas possibilidades de imaginar e construir nossos caminhos no mundo.

Com o título da mostra, Castiel aponta justamente para uma concepção de liberdade como a experiência rara em que as pessoas podem sentir-se eternas e vulneráveis, uma harmonia além-linguagem entre interioridade e exterioridade, um alinhamento material e espiritual com a própria transformação, um estado de encontro consigo e com o próprio amor. 

 

Curadoria de Bernardo Mosqueira e Matheus Morani

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